Objetivo
Com o objetivo de minimizar o impacto ambiental provocada pela má gestão energética, têm-se desenvolvido, ao longo dos tempos, diversos estudos em torno da eficiência energética, que visam otimizar os equipamentos e respetivas condições de funcionamento. O setor dos serviços é um dos principais consumidores de energia elétrica em Portugal. Dentro do setor, as lojas de retalho assumem um papel importante, sendo o seu consumo essencialmente de energia elétrica.
O objetivo deste trabalho é analisar ao pormenor uma tipologia de edifÃcios reconhecida no Sistema Nacional de Certificação Energética de EdifÃcios, os hipermercados. Pretende-se fazer uma análise da eficiência energética de um hipermercado do grupo Auchan em Portugal, ao abrigo do Sistema de Certificação Energética do Decreto de Lei 118/2013, e avaliar as possÃveis medidas de melhoria a implementar.
Deste modo, os principais objectivos propostos nesta dissertação foram:
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Análise à atual conjuntura portuguesa no âmbito da eficiência energética;
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Caraterização do hipermercado e determinação da respetiva classe de eficiência energética, mediante simulação do edifÃcio;
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Análise das possÃveis medidas conducentes à melhoria de classe energética e determinação das principais barreiras para aplicação destas.
Versão atual da dissertação:
Motivação e Enquadramento
As necessidades energéticas por parte das sociedades têm tido um crescimento ao longo dos tempos. Verifica-se que esse crescimento se acentuou a partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento da produção de bens de consumo exigindo a procura cada vez mais acentuada de petróleo, carvão e gás natural.
A utilização dos combustÃveis fósseis foi essencial para a revolução industrial, no entanto, atualmente há necessidade de se alterar a matriz energética em busca de um modelo de crescimento sustentado, isto devido à complexa questão ambiental com a degradação de recursos e ambientes, a poluição e seus efeitos nocivos e os riscos do uso da energia nuclear.
De facto, estes efeitos negativos já se começam a notar no ambiente, tornando-se vital criar medidas e/ou protocolos que visem a defesa do ambiente através da diminuição da emissão de gases poluentes para a atmosfera, ao mesmo tempo que as necessidades energéticas sejam satisfeitas. Depois de várias conferências ao longo dos anos é atingido o que é considerado o possÃvel ponto de viragem, o Protocolo de Quioto.
Discutido e negociado em Quioto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas em 11 de Dezembro de 1997 e ratificado em 15 de marçode 1999. Sendo que para este entrar em vigor precisou que 55 paÃses, que juntos, produzem 55% das emissões, o ratificassem, assim entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em Novembro de 2004. Por ele se propõe um calendário pelo qual os paÃses-membros (principalmente os desenvolvidos) têm a obrigação de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos nÃveis de 1990 no perÃodo entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro perÃodo de compromisso.
Na Conferência de Doha sobre as Alterações Climáticas em dezembro de 2012 decidiu-se que desde o dia 1 de janeiro de 2013, todos os Estados-Membros da UE devem cumprir as ulteriores obrigações assumidas no âmbito do segundo perÃodo de compromisso do Protocolo de Quioto, que vai de 2013 a 2020. No panorama nacional as metas foram as seguintes:
A necessidade de reduzir o consumo de energia à escala global, dita a necessidade de cada paÃs desenvolver polÃticas energéticas capazes de cumprir metas. Em traços gerais são objectivos desta polÃtica:
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reduzir significativamente as emissões de gases com efeito de estufa, de forma sustentável;
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reforçar a diversificação das fontes de energia primária, contribuindo para aumentar estruturalmente a segurança de abastecimento do PaÃs;
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aumentar a eficiência energética da economia, em particular no setor Estado, contribuindo para a redução da despesa pública e o uso eficiente dos recursos;
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contribuir para o aumento da competitividade da economia, através da redução dos consumos e custos associados ao funcionamento das empresas e à gestão da economia doméstica, libertando recursos para dinamizar a procura interna e novos investimentos.
No âmbito de uma polÃtica que aposta num modelo energético racional e sustentável, sem comprometer a competitividade das empresas nem a qualidade de vida dos cidadãos, foram desenvolvidos programas e planos que concorrem para objetivos especÃficos e vão permitir dinamizar medidas a todos os nÃveis: Em 28 de Fevereiro de 2013 foi aprovado o novo PNAEE 2016 e PNAER 2020 , para revisão dos seus antecessores e sua revogação de forma a projetar novas ações e metas para 2016, integrando as preocupações relativas à redução da energia primária para o horizonte de 2020, constantes da diretiva comunitária relativa à eficiência energética.
NO mesmo contexto a legislação teve de ser atualizada e em Agosto de 2013 foi criado o Decreto-Lei 118/2013 que visa assegurar e promover a melhoria do desempenho energético dos edifÃcios através do Sistema Certificação Energética dos EdifÃcios (SCE), que integra o Regulamento de Desempenho Energético dos EdifÃcios de Habitação (REH), e o Regulamento de Desempenho Energético dos EdifÃcios de Comércio e Serviços (RECS).